terça-feira, 23 de setembro de 2008

...

Perdida no meu interior
Me procuro sem saber onde
Recolho-me sem saber como
Saio a procura de mim

Sinto meu cheiro
Vem de algum lugar
Mas não sei de que parte
Nem sei ao menos se é verdade

Minha mente prega peças constantemente
Minha alma chora
Quero meu corpo de volta
Minha liberdade

Sinto flutuar
Ouço vozes
Sussurros
Me chamam

Ainda não é a hora
Ficarei por aqui
Ainda tenho que me achar
Nessa busca sem início e nem fim

domingo, 21 de setembro de 2008

O sol hoje brilha

Sigo por um caminho a muito esquecido
Tudo parece tão claro e limpo

Não ouço meus pensamentos
Nem a minha consciência
Eles querem me acuar

Sigo em frente de cabeça erguida
Vivendo o presente
Sem relembrar o passado

Mas sinto algo passar por mim
E lágrimas me vêm aos olhos
E tudo fica turvo

O sol deixa de brilhar
Seria apenas mais uma peça
Da minha mente devastada

Dos cacos de lembranças
De uma alma remendada
Que sofre em silêncio

Não tenho forças pra gritar
Não tenho forças pra agir
Não tenho forças pra sair

A dor da alma é grande
E chega aos olhos
Gritando e suplicando

Rastejo no meu sofrer
Contorço-me sobre meu suplício
Espero no meu arrependimento

Queria poder ver o sol
Sentir a brisa leve a me tocar
Ser só mais uma entre tantas outras pessoas...

sábado, 20 de setembro de 2008

...

O frio me envolve
Não sei se é a ausência de calor
Ou ausência de amor?
Sinto as paredes ao meu redor se fechando
Não sei se é o ar que me falta aos pulmões
Ou será a minha falta de expectativa?
Ouço algo
Não sei se é obra da minha mente fatigada
Ou será minha própria respiração?

Estou só
Isso é um fato irrefutável
E a culpa?
Ninguém tem culpa

A vida só mostra o caminho
Basta trilhá-lo
Prefiro trilhar o da escuridão
Assim não causo feridas nem dor
Aos outros
Somente a mim

Sigo flagelando minha alma
A espera de absolvição
Ajoelhada sobre pedras
Que rasgam meu corpo
Que apenas vaga
Nas trevas da minha mente

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Me olho no espelho

Fico espantada com o que vejo
Ou talvez com aquilo que não vejo

Noto que há algo além de mim
Seria talvez
A extensão de você

Então vejo que sou apenas eu
E um medo, antes contido,
Escapa pelo meus olhos vidrados

Queria poder te tocar novamente
Sentir teu gosto
Sentir teu cheiro

Mas não posso
Tomei uma decisão
Prefiro vagar no sofrimento

Ter por companheiras
A dor
E a solidão

domingo, 7 de setembro de 2008

Caminhando contra o vento

Contra a chuva
Contra mim

Contra meus propósitos
Contra minha conduta
Contra meus princípios

E por quê?

Porque escolhi esse caminho
Porque sou uma renegada
Porque entreguei minha alma

Entreguei sem luta
Sem pudor
Por amor

E pra quê?

Se ao menos soubesse
Se a Lua me contasse
Se as estrelas me ajudassem

Mas não há volta!

Sigo a estrada tortuosa do meu destino
Sigo sem olhar pra trás
Sigo somente em frente

Na escuridão que eu mesma criei...

sábado, 6 de setembro de 2008

Mais um dia

Levanto
Há névoa ao meu redor
Ando
E o frio não dissipa
Seria
O frio da falta de luz
Ou
O frio da minha alma?
Talvez
Se procurasse alento em seus braços
Deixasse
Me entregar aos seus carinhos
Quisesse
Ser tua e tão somente tua
Todavia
Não posso
Tenho
Medo de te ferir
De
Me ferir
Sangrar
Novamente até a escuridão
Retornar
E trazer mais um dia
Onde
Tudo é igual e sem vida