domingo, 26 de abril de 2009

E eu tive tanto medo
Poderia esticar minhas mãos
E pegar as suas
Senti-las e afaga-la

Podia ter acariciado suas costas
Seu rosto
Enterrar meus dedos em seus cabelos
Mas tive medo

Poderia ter lhe dito
Olhando em seus olhos
Que o amava sem medidas
O medo não permitia

Queria beija-lo
E beijar seria o auge
De olhos fechados e entregue
Mas havia medo

Perdi momentos preciosos
Só ouvindo sua voz
Aspirando seu perfume
Por medo de tomar uma atitude

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ah, se o mundo pudesse ouvir
As batidas do meu coração
E suportar cada instante
Dentro de meu frágil corpo

Ah, se toda forma de vida
Mesmo que errante
Entendesse meu sofrimento
Seria tudo tão simples

Ah, o amor
Sentimento tão sublime
Tão efêmero
Tão essencial

Ah, se não me faltasse amor
Se houvesse mais pudor
Não haveria alma estilhaçada
Não haveria mais dor

Ah, se ao menos me fosse dada
A graça dessa dádiva
Seria tão feliz
Ou não

Só queria um dia
Apenas um dia
Acordar e por alguns instantes
Ser feliz

domingo, 5 de abril de 2009

flores
sinto seu cheiro
flores
mas não as vejo
flores
queria senti-las
flores
sobre minha pele
flores
minha alva pele
flores
em toda sua delicadeza
flores
passeando sobre minha nudez
flores
excitando cada terminação nervosa
flores
sob a luz do luar
flores
sob a luz do amanhecer
flores
sob a luz do entardecer
flores
onde haja somente eu
flores
e tão somente você
flores
apenas e inexoravelmente
flores

sexta-feira, 3 de abril de 2009

ouço ao longe uma canção
a voz doce e melódica
inebria os meus sentidos
e me sinto flutuar

é como se nuvens descansassem sob meus pés
é como se o vento girasse ao meu redor
é como se eu tivesse meu próprio raio de sol
é como se eu não estivesse mais só

e a canção se torna mais rápida
e a voz doce continua
mas a música
não é mais tão doce e leve

sinto o lamento
sinto a dor
sinto o sofrimento
sinto meu eu novamente

e doce voz passa a soluços
suspiros
tristes e entrecortados
escuto um choro convulsivo

então me dou conta
que é a música da minha alma
os suplícios do meu coração
e a vida pulsando pelas minhas veias

e a doce voz silencia
e a minha mente vazia
e ouvi-la novamente era só o que queria
só o que eu queria